ANÁLISE DA DESEMBARGADORA CLARICE CLAUDINO DA SILVA, DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO MATO GROSSO
27/08/2024
Recentemente, a desembargadora Clarice Claudino da Silva, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, fez uma observação importante ao analisar o aumento dos pedidos de recuperação judicial no Brasil. Segundo ela, o crescimento desses pedidos não deve ser visto como algo alarmante ou exagerado, mas sim como uma resposta natural às condições econômicas adversas enfrentadas pelas empresas.
Em um cenário marcado pela volatilidade econômica, as empresas se deparam com desafios que podem comprometer sua viabilidade financeira. A recuperação judicial surge, então, como uma ferramenta essencial para que as organizações possam reestruturar suas dívidas e manter suas operações, protegendo empregos e a economia como um todo. O aumento dos pedidos reflete, em grande parte, a busca das empresas por soluções que lhes permitam superar crises e retomar o caminho do crescimento.
A desembargadora Clarice Claudino da Silva ressaltou que a recuperação judicial é um direito das empresas e que seu uso crescente deve ser interpretado como uma forma de preservação da atividade econômica. Afinal, a alternativa muitas vezes seria a falência, o que traria consequências ainda mais severas para os credores, trabalhadores e para o próprio mercado.
Esse posicionamento vai ao encontro de uma visão mais moderna e compreensiva do papel da recuperação judicial, que não deve ser estigmatizada, mas sim entendida como uma oportunidade de reestruturação e renascimento. Empresas que passam por esse processo demonstram resiliência e uma disposição em reverter a situação em que se encontram, o que é positivo para o ambiente de negócios como um todo.
Portanto, é fundamental que tanto o mercado quanto a sociedade enxerguem a recuperação judicial sob uma nova ótica. Em vez de um sinal de fracasso, deve ser vista como um mecanismo que permite às empresas se adaptarem e sobreviverem a tempos difíceis. O apoio jurídico e econômico a essas empresas pode fazer a diferença entre a continuidade de suas operações e a destruição de valor econômico.
Em resumo, o aumento dos pedidos de recuperação judicial, longe de ser um indicador de declínio, pode ser visto como uma medida prudente e estratégica das empresas para enfrentar os desafios econômicos atuais. A decisão da desembargadora Clarice Claudino da Silva reafirma a importância de enxergarmos a recuperação judicial sob uma perspectiva positiva e construtiva, contribuindo para a estabilidade e o crescimento do mercado.
*Matéria do site Gazeta Digital - 25 de agosto de 2024
https://www.gazetadigital.com.br/editorias/judiciario/desembargadora-nao-ve-excessos-em-aumento-do-numero-de-pedidos-de-recuperacao-judicial/781316